Artigos de Opinião

José Manuel Fernandes aborda diversas materias políticas da atualidade nacional e europeia.

Encerramento da refinaria de Matosinhos: alguém consegue explicar?

O combate às alterações climáticas deve ser sereno, gradual e firme, em vez de brusco e radical. É uma condição para que os objetivos sejam compreendidos, aceites, partilhados e atingidos com sucesso.
A nível europeu, os principais objetivos foram traçados pelo Pacto Ecológico Europeu, apresentado pela Comissão Europeia presidida por Ursula von Der Leyen: atingir a neutralidade carbónica em 2050 e reduzir em 55% as emissões até 2030.

Sem indústria, não há Europa que se aguente

A indústria europeia é essencial para a nossa autonomia, o desenvolvimento e a manutenção do nosso modelo social. Tem de ser competitiva, resiliente e amiga do ambiente. Para tal, é condição necessária, ainda que insuficiente, o reforço da investigação e inovação, a melhoria das competências e qualificações dos cidadãos europeus.

Cimeira Social do Porto: Não basta proclamar, é preciso concretizar

Este fim de semana realiza-se, no Porto, a cimeira europeia dedicada ao pilar social. É sempre positivo discutir o pilar social, sobretudo ao nível dos chefes de governo de cada Estado-Membro. Não há desenvolvimento económico sem desenvolvimento social. Mas o contrário também é verdadeiro. Aliás, os dados provam que as economias europeias mais fortes, mais competitivas e produtivas são as que têm melhores salários e melhor estado social. Acresce que o desenvolvimento tem de ter como perspetiva a sustentabilidade ambiental.

Os jovens são capazes

Sou minhoto, português, europeu e não há nenhuma incompatibilidade. Pelo contrário, tudo se reforça e complementa. Sinto o lema europeu “unidos na diversidade”. As nossas raízes, tradições, património, gastronomia, o vinho verde, o que nos diferencia tem mais força e projeção na UE. Por outro lado, reforçam e acrescentam valor à União Europeia. As nossas diferenças alicerçam-se numa base de valores comuns que felizmente partilhamos, como por exemplo a democracia, estado de direito, liberdade, defesa da vida e da dignidade humana.

O Pacto Ecológico Português

O combate às alterações climáticas, a proteção da biodiversidade, a escassez de recursos naturais e o aumento da população são desafios à escala global. Remetem-nos para a palavra sustentabilidade que, neste
momento, não é uma opção, mas uma obrigação. Para os vencermos, temos – no mínimo – de nos coordenarmos a nível mundial. A UE está com muita ambição a fazer a sua parte, como prova a legislação já existente na área ambiental e, mais recentemente, o Pacto Ecológico Europeu e o respetivo plano de ação, com um investimento de 1 bilião de euros até 2030. Haverá uma lei europeia do clima para que os objetivos sejam vinculativos.

Cativar, desinvestir, judicializar: a política orçamental de António Costa

O governo socialista de António Costa promete – sempre –, em cada orçamento anual, o que sabe que não vai cumprir. Programa despesa que sabe que não vai executar, o que lhe dá folgas para tudo. Assim acomodou milhares de milhões para os imprevistos – mais que previstos – do Novo Banco e afins, sem a necessidade de recorrer a orçamentos retificativos. É tudo “lucro”: na aprovação de cada orçamento, o Governo faz de conta que vai fazer e dar muito, o que ajuda o Bloco de Esquerda e o PCP a justificarem a viabilização do orçamento. Porém, na execução orçamental, faz cativações, palavra simpática que significa que a despesa fica congelada, mas que, no final do exercício orçamental, se traduz em cortes.

1 2 14 15 16 17 18 22 23

Artigos Anteriores

As eleições e a importância do Brasil

Decorrida a primeira volta das eleições e iniciado o percurso até à segunda volta, no dia 30 de outubro, é agora oportuno apresentar algumas reflexões, expectativas e lições.

Antes de mais, é de mencionar e valorizar o facto de a ida às urnas ter decorrido de forma ordeira e tranquila, sem suspeitas de fraude. Este dado não é propriamente uma novidade, visto que o sistema eletrónico de voto do Brasil, instalado há mais de 25 anos, tem dado provas da sua fiabilidade. As instituições do Brasil mostraram este fim-de-semana – mais uma vez – serem fortes e independentes, o que é de louvar. É por isso desejável e expectável que o ramo judiciário – e o Tribunal Superior Eleitoral em particular – continue a desempenhar o seu papel com absoluta imparcialidade e sem interferência de terceiros.

Os meus votos para as eleições no Brasil

As eleições presidenciais brasileiras estão ao virar da esquina. A minha perceção é que, na Europa, continuamos sem compreender a dimensão e importância do Brasil. Não nos lembramos, por exemplo, que cerca de metade do território da América Latina é território brasileiro, ou que um em cada dois cidadãos da América Latina é brasileiro, ou como o Brasil tem praticamente o dobro da área da UE.
Devemos continuar a recordar tudo isso, ou como o Brasil é o quinto país com maior território e nona maior economia do mundo. E por isso as eleições gerais são da maior importância, não apenas para o Brasil, mas para a região da América Latina e para todo o mundo democrático, espalhado pelo globo fora.

Estado da União: Uns cumprem, alguns bloqueiam, outros adiam

No discurso sobre o Estado da União, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou publicamente as iniciativas emblemáticas que a Comissão tenciona lançar. Pretende-se uma estratégia comum para baixar o preço da energia, a criação de um banco de hidrogénio com 3 mil milhões de euros, o reforço do apoio às PME, o reforço do Mecanismo de Proteção Civil com a compra de aviões e helicópteros de combate aos fogos, o plano para combate à seca, uma nova parceria com a América Latina e o pacto para a defesa da democracia.

Bons a iludir e péssimos a governar

Afirmo muitas vezes que “Dá muito trabalho evitar problemas”. É uma máxima que implica proatividade, estratégia, planeamento, empenho e criatividade. Porém, aplicar esta máxima com sucesso tem um senão: como se evitam problemas, perde-se a perceção do esforço de quem evitou os problemas e não se valoriza o trabalho realizado. Talvez por isso, o Primeiro-ministro António Costa não se esforce para evitar problemas. Aliás, não resolver os problemas possibilita ao Governo de António Costa a execução da estratégia socialista, que consiste, essencialmente, em dar subsídios, ter uma atitude paternalista, tornar todos mais dependentes do Estado.

1 2 14 15 16 17 18 56 57