Os autarcas portugueses fazem um trabalho único e excecional. Exercem a mais forte proximidade entre os eleitos e são os mais escrutinados e vigiados. Em tempo de dificuldades, como aconteceu com a pandemia Covid-19, vão além das suas competências, entregando cartas, receitas e medicamentos. Os autarcas são uma mais valia nem sempre reconhecida e raramente valorizada. Nas eleições autárquicas, para além dos partidos, os grupos de cidadãos independentes podem concorrer. Há uma total abertura para a participação e apresentação de projetos alternativos. Por isso, é preocupante e injusta a taxa de abstenção superior a 46% nas eleições autárquicas do passado dia 26 de setembro. Já era tempo de, no mínimo, se facilitar o voto antecipado ou por correspondência. No entanto, a maioria destes mais de 46% alhearam-se, deixaram que outros decidissem.