Artigos de Opinião

José Manuel Fernandes aborda diversas materias políticas da atualidade nacional e europeia.

As eleições e a importância do Brasil

Decorrida a primeira volta das eleições e iniciado o percurso até à segunda volta, no dia 30 de outubro, é agora oportuno apresentar algumas reflexões, expectativas e lições.

Antes de mais, é de mencionar e valorizar o facto de a ida às urnas ter decorrido de forma ordeira e tranquila, sem suspeitas de fraude. Este dado não é propriamente uma novidade, visto que o sistema eletrónico de voto do Brasil, instalado há mais de 25 anos, tem dado provas da sua fiabilidade. As instituições do Brasil mostraram este fim-de-semana – mais uma vez – serem fortes e independentes, o que é de louvar. É por isso desejável e expectável que o ramo judiciário – e o Tribunal Superior Eleitoral em particular – continue a desempenhar o seu papel com absoluta imparcialidade e sem interferência de terceiros.

Os meus votos para as eleições no Brasil

As eleições presidenciais brasileiras estão ao virar da esquina. A minha perceção é que, na Europa, continuamos sem compreender a dimensão e importância do Brasil. Não nos lembramos, por exemplo, que cerca de metade do território da América Latina é território brasileiro, ou que um em cada dois cidadãos da América Latina é brasileiro, ou como o Brasil tem praticamente o dobro da área da UE.
Devemos continuar a recordar tudo isso, ou como o Brasil é o quinto país com maior território e nona maior economia do mundo. E por isso as eleições gerais são da maior importância, não apenas para o Brasil, mas para a região da América Latina e para todo o mundo democrático, espalhado pelo globo fora.

Estado da União: Uns cumprem, alguns bloqueiam, outros adiam

No discurso sobre o Estado da União, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou publicamente as iniciativas emblemáticas que a Comissão tenciona lançar. Pretende-se uma estratégia comum para baixar o preço da energia, a criação de um banco de hidrogénio com 3 mil milhões de euros, o reforço do apoio às PME, o reforço do Mecanismo de Proteção Civil com a compra de aviões e helicópteros de combate aos fogos, o plano para combate à seca, uma nova parceria com a América Latina e o pacto para a defesa da democracia.

Bons a iludir e péssimos a governar

Afirmo muitas vezes que “Dá muito trabalho evitar problemas”. É uma máxima que implica proatividade, estratégia, planeamento, empenho e criatividade. Porém, aplicar esta máxima com sucesso tem um senão: como se evitam problemas, perde-se a perceção do esforço de quem evitou os problemas e não se valoriza o trabalho realizado. Talvez por isso, o Primeiro-ministro António Costa não se esforce para evitar problemas. Aliás, não resolver os problemas possibilita ao Governo de António Costa a execução da estratégia socialista, que consiste, essencialmente, em dar subsídios, ter uma atitude paternalista, tornar todos mais dependentes do Estado.

Não há desculpas

Temos um Portugal adiado e que não tira proveito dos enormes montantes que recebemos da União Europeia. Não nos podemos resignar. Não podemos atirar a toalha ao chão. Nós somos capazes. Temos de exigir um governo que modernize, descentralize e que, no mínimo, não seja um empecilho ao desenvolvimento e à coesão. Não há desculpas, António Costa tem maioria absoluta e dinheiro como nunca.

Alterações climáticas exigem ambição, gradualismo e realismo

O combate às alterações climáticas é uma emergência que exige ação imediata e coordenação à escala global. A demora implicará – sempre – mais dificuldades, maiores custos ambientais e sociais. Esta ação rápida e ambiciosa tem de ser simultaneamente gradual e realista. É contraproducente avançarmos com metas impossíveis de atingir. Os cidadãos têm de estar preparados, empenhados e envolvidos. Para isso, há que falar-lhes verdade.

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Sr. Presidente da República: não tenha medo, marque eleições

As mentiras, habilidades, o drama e o suspense, a intriga, as cenas rocambolescas e de violência que João Galamba e o seu Ministério estão a protagonizar à volta da Comissão Parlamentar de Inquérito da TAP davam uma excelente série televisiva. A Netflix poderia aproveitar esta oportunidade sem qualquer esforço ou criatividade.
É o próprio Primeiro-Ministro que lhes chama “deploráveis incidentes” de uma novela. A imprevisibilidade torna impossível antecipar as cenas dos próximos capítulos. Num dos últimos episódios, houve pancadaria, vidros partidos, um computador roubado nas instalações do Ministério das Infraestruturas e a PSP no local a pedido do próprio “ladrão”, por aparentemente lhe terem fechado as portas de saída do Ministério.

A UE, o Mercosul e a importância do Brasil

Os valores da liberdade, democracia, Estado de direito, defesa dos direitos humanos, defesa da vida e da dignidade humana devem ser a base da construção do desenvolvimento económico. Os acordos comerciais que a União Europeia faz têm de privilegiar os países que respeitam e defendem estes valores.

PRIORIDADE À TRANSFORMAÇÃO DIGITAL

A União Europeia almeja reforçar a sua soberania digital, apresentando como premissa a priorização às pessoas, com soluções digitais que visam criar oportunidades para as empresas, assim como contribuir para a luta contra as alterações climáticas e, ainda, promover uma economia europeia próspera, sustentável e dinâmica. A construção do futuro digital pretende transformar a União Europeia numa referência mundial em termos da economia digital, com benefícios para os cidadãos e para as empresas dos Estados-Membros, assim como para o ambiente.

A TAP – Inimputabilidade e desfaçatez

Os governantes socialistas consideram-se politicamente inimputáveis. Um governo do PSD nunca teria sobrevivido à tragédia de Pedrógão Grande nem aos escândalos a que ultimamente temos assistido. Há – e sempre houve – uma complacência enorme da população e da comunicação social para com a incompetência, a arrogância e a prepotência dos governos socialistas. O que teria acontecido eleitoralmente ao PSD se tivesse levado Portugal à bancarrota ou se tivesse um primeiro-ministro que fosse detido e acusado?

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